quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O ENSINO SECUNDÁRIO DO FUTURO

Tem-me acontecido tantas vezes, que já é quase banal: proponho algo que me parece lógico e interessante; a ideia que proponho é recusada pela generalidade das pessoas; passados anos, essa mesma ideia passa a ser aceite, e por vezes acaba mesmo por ser aplaudida pelos que antes a repudiaram. Só que entretanto muito  tempo passou...
Imagine-se que em vez de o Ensino Secundário ter um currículo rígido, com disciplinas obrigatórias, tinha uma organização mais livre, em que o aluno poderia fazer o seu próprio percurso de estudos entre o leque de disciplinas disponível. Cada disciplina corresponderia a um certo número de créditos, e o aluno teria o Ensino Secundário completo quando somasse o número de créditos pré-determinado. Tão simples,não é?
Teria a vantagem de deixar de haver alunos "encravados" numa qualquer disciplina "obrigatória": imagine-se um aluno de "Artes Visuais" que é brilhante nas disciplinas específicas do seu curso, mas que "empancou" com  a Filosofia. No modelo actual simplesmente nunca acabará o curso enquanto não fizer a disciplina em falta. No Ensino Secundário por créditos, que me parece mais ajustado à nossa realidade e mais lógico, o aluno simplesmente substituiria a disciplina em fala por uma outra, provavelmente até mais útil para a sua formação, mais motivadora, e logicamente mais propiciadora do sucesso. Evidentemente que isto reduziria o insucesso, reduziria as repetências, reduziria os custos que o estado tem com a educação...
Em vez de aumentar o número de alunos por turma para poupar, degradando a qualidade da educação, o estado (se nele existisse inteligência e real capacidade crítica) deveria aproveitar a crise para reformar inteligentemente a Escola. Notem bem: o governo que precisamos é o que conseguir fazer melhor com menos dinheiro, não o que para gastar menos, faz pior.
Também me custa pensar que, sendo esta solução tão evidentemente simples, lógica e eficaz, só venha a ser implementada daqui a muitos anos. Às vezes parece-me que os vinte ou trinta anos de atraso que temos em relação a outros países da Europa, resultam sobretudo desse atraso dos nossos governantes!

domingo, 16 de dezembro de 2012

Sexo e violência

Estranho que quase não haja filme nenhum em que não entrem os tiros, explosões e mortes. Parece que são as coisas mais naturais do mundo. Passam-se esses filmes no "horário nobre" das nossas televisões, e ninguém relaciona essa banalização da violência televisiva com a banalização da violência na vida real.
Já se o assunto é sexo... Os filmes com cenas de sexo, só fora de horas, com avisos claros de que se trata de coisa a esconder às crianças, poucas vergonhas...
Não percebo bem:
Matar gente, uns atrás dos outros, a tiro, à faca, à bomba, é coisa normal, que se pode divulgar mesmo às crianças, que pode ser vista em conjunto às quatro da tarde no sofá da sala em conjunto por pais e filhos;
O amor, cuja expressão última e mais forte é a o sexo, é crime, coisa pecaminosa!
Portanto,
o amor e crime e o homicídio é banal.

Alguém me consegue explicar a lógica disto?
Não me conformo com as ideias tolas, que ditas e repetias passam por ser lógicas. Ideias que parece todos aceitarem sem pensar, educados que fomos na escola a papaguear sem crítica nem pensamento autónomo.
O que vou escrever (quando calhar e me apetecer) serão os meus pensamentos, e escrevo-os porque são geralmente dissonantes da voz comum, são contra-corrente, mas raramente há quem me consiga rebater a lógica que lhes é subjacente. Ficarão com semente que se lança ao vento, e que, quem sabe, um dia possa germinar algures.