quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

MAIS ESTADO, PIOR ESTADO OU... 

"O ESTADO A QUE NÓS CHEGAMOS".

Num tempo em que a necessidade de reduzir o papel do estado na sociedade é alardeado constantemente, e se aclama a necessidade de ter "menos estado" depara-mo-nos com mais uma situação no mínimo escandalosa: vai passar a ser obrigatório renovar a carta de condução aos 30 e aos 40 anos (isto depois de ter sido criada a obrigatoriedade de a renovar aos 50 anos, já de si injustificada). Mas esclarece-se, para que não restem dúvidas a ninguém, que se trata de um ato meramente administrativo, portanto que não tem qualquer objetivo prático. Não serve para verificar se o condutor ainda sabe conduzir, se está de posse das capacidades físicas e psíquicas necessárias, nada... é apenas uma obrigação formal inútil.

Portanto vai ser obrigatório de tempos a tempos pagar uma taxa (tem sido de 30 €) e certamente mais umas papeladas... Por certo, dependendo do local onde se mora, vai perder-se algum tempo de trabalho. Eu, quando a renovei aos 50 anos teria que ter perdido um dia de trabalho no processo, já que moro em Odemira e teria que se tratar em Beja do processo administrativo. Ir a Beja são 200 Km, um dia de trabalho... Por isso fiz o que muito boa gente terá que vir a fazer no futuro: largar mais umas notas numa escola de condução que me resolve o problema ao mesmo tempo que alivia a carteira.

Agora repare-se: vai haver mais funcionários públicos a tratar dos papéis; vai haver mais funcionários privados que, bem à portuguesa, vão trabalhar sem qualquer utilidade ; vão ser perdidos milhares de dias de trabalho; o rendimento do cidadão vai ser diminuído (ainda mais) e ... Não se vai produzir absolutamente nada!!!

Este é o estado de que não precisamos. É o estado que burocratiza, que complica, que reduz a produtividade, é o estado que não presta, e do qual precisamos de nos livrar com urgência. Num tempo em que se reduzem médicos e professores porque não há dinheiro, vai pagar-se a funcionários absolutamente inúteis e que ainda por cima promovem a redução da capacidade produtiva do país? Quem acreditará nos dirigentes políticos e quem se juntará a eles num qualquer projeto de unidade e salvação nacional?

Se o que se pretende é roubar mais uns trocados ao contribuinte, mais vale aumentar o IRS uma décima, que pelo menos não temos que faltar ao trabalho para pagar...

E é este, meus amigos, o "estado a que nós chegamos".